domingo, 7 de agosto de 2016

3º Bimestre de 2016

Currículo Mínimo do Estado do Rio de Janeiro

29 de Agosto - Brigadeiro Schorcht (Turma 2004)
30 de Agosto - Vicente Jannuzzi (Turmas 2001, 2009 e 2010)


02 de Setembro - CIEP Ulysses Guimarães (Turmas 2007 e 2009)


02 de Setembro - Embaixador Dias Carneiro (Turma 2001)


Tópico 1: Princípios da lógica clássica.
a. As três ciências de Aristóteles (384/383-323 a.C); e
b. metafísica e substância.


Conteúdo

a. As três ciências de Aristóteles:

1. Ciências Práticas: elas se referem às ações que têm seu início e seu tempo no próprio sujeito que age: são as ações morais; o saber relaciona-se à atividade prática: a moral (ética e política);
  
2. Ciências Poiéticas ou Produtivas: elas se referem às ações que têm seu princípio no sujeito, mas são dirigidas a produzir algo fora do próprio sujeito (arte, incluindo medicina); e

3. Ciências Teoréticas: física, matemática e metafísica (teologia natural ou filosofia primeira) 

b. Metafísica e substância:


1. 
A “filosofia primeira” refere-se às realidades que são separadas e imóveis, mas é conhecimento da substância primeira e mais elevada e, sendo primeira, é suprema, ou seja, é a causa de todas as coisas, é universal, qual seja, substância primeira; e

2. 
Substância é “sub-stare”, ou seja, significa “por baixo de todo estar”, compreendendo que o verbo “estar” relaciona-se a movimento, à inconstância, à variação, quer dizer, ao que está sendo;

3. Por ser “sub-stare”, a substância nunca aparece em uma experiência sensível, porque essa experiência nos mostra não o que é, mas o que está sendo. A substância sustenta o mundo sensível, permitindo que ele seja conhecível e pensável, isso quer dizer que a substância determina o que uma coisa é e a substância permanece em tudo que muda. Por causa disso, a substância, princípio de organização do mundo sensível, é imaterial, incorpórea, inteligível;

4. Inteligível vem de “inte-legere”, que significa “ler dentro”, ler o interior, ler o profundo a fim de fundamentar, sabendo que a essência reside abaixo da superfície;

5. A substância é o imóvel que é causa absoluta do móvel, ou seja, a substância sustenta o mundo sensível e determina o que uma coisa é, porque ela permanece em tudo o que muda;

6. A parte imaterial da substância é a forma, o mesmo que essência; e a parte material é a potência, isto é, o que está sempre se devindo;

7. Se, para Platão, o sensível não passava de mera aparência destituída de ser, o sensível, para Aristóteles, tem ser, mas é um ser em potência, ou seja, a Essência não está no mundo Ideal, mas encontra-se no mundo material.

8. A substância composta é essência e acidentes. A essência vem acompanhada da ideia de necessidade, por exemplo: a essência de Platão é ser homem.


OBS: entregar trabalho sobre Matrix nas datas acima, que correspondem às turmas.
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05 de Setembro - Schorcht (2004)
06 de Setembro - Jannuzzi (2001, 2009 e 2010)
09 de Setembro - Ulysses (2007 e 2009)


Tópico 2: Instrumento da lógica clássica para o pensar filosófico.
a. O que é silogismo?; e
b. a estrutura do silogismo.


Conteúdo

a. O que é silogismo?


1. Raiz “strustruō”: subjacente à prática, essa raiz dispõe uma ordem que fixa, que mobiliza e que promove relações; essa raiz que tem como 1º) significado levantar,sustentar; 2º) significado retirar; e 3º) confortar,  juntar, ligar, preparar, compor, tecer, tramar, formar, causar, cobrir; e também tem o sentido de o que produz, o quecausa;

2. Alexandre de Afrodisia (198 - 209 d. C) “introduz o conceito de órganon para designar lógica em seu conjunto (e que, a partir do século VI d.C, foi utilizado como título do conjunto de todos os escritos aristotélicos relativos à lógica) define o conceito e a finalidade da lógica aristotélica, que forneceria os instrumentos mentais necessários para enfrentar qualquer tipo de investigação” (REALE, p. 151-52);

3. “Aristóteles, que nasceu em Estagira (384-383 - 323 a. C), hoje Tessalônica, preferiu usar a palavra “”analítica”, e Analíticos é o título dos escritos fundamentais do Órganon” (Ibid, p. 152); como disciplina intelectual, foi criada no século IV a. C);

4. “Além de Analíticos, Aristóteles usa a expressão Escritos sobre o silogismo para referir-se a esses textos” (Ibid, NOTAS, p. 174);

5. O conceito analítico significa “separação, resolução, dissolução”. “A analítica (...) explica o método pelo qual, partindo de determinada conclusão, podemos decompô-lo nos elementos dos quais ela deriva, isto é, nas premissas de onde brota; assim, é possível fundamentá-la e justificá-la” (Ibid, p. 152);

6. Analítica ou Órganon divide-se em seis tratados: 1º) Categorias, 2º)Da Interpretação, 3º) Analíticos Anteriores, 4º) Analíticos Posteriores, 5º) Tópicos e 6º) Refutações Sofísticas. Como os tratados 3º) Analíticos Anteriores e 4º) Analíticos Posteriores são os fundamentais, as aulas se fixaram neles porque ambos referem-se ao que Aristóteles chamava de Escritos sobre o silogismo;

7. Analíticos Primeiros trata da estrutura do silogismo, termo vem do grego “syllogismós, cuja etimologia indica um conjunto ou uma reunião (de proposições), um raciocínio, sem determinar sua forma precisa. (...). Mas existe um emprego propriamente aristotélico desse termo, que designa, então, um raciocínio dedutivo de forma particular. A definição geral que Aristóteles dá é: ‘o silogismo é um discurso pelo qual, estabelecidas certas coisas, uma outra coisa resulta necessariamente devido a esses dados apenas’” (Primeiros analíticos I, 1, 24b18 apud PELLEGRIN, p. 57);

8. Analíticos Primeiros: 1º) trata da estrutura do silogismo, de suas diversas figuras e de seus diferentes modos, considerando seu aspecto formal; 2º) esse aspecto prescinde de seu valor de verdade e examina apenas a coerência forma de raciocínio; e 3º) parte-se de determinadas premissas para deduzir as consequências que elas impõem (REALE, p. 153);

9. Analíticos Segundos: 1º) além de correto formalmente, trata do silogismo verdadeiro das premissas (e das consequências), ou seja, pensa o silogismo científico ou demonstrativo (REALE, p. 153 e p. 164); 2º) a demonstração científica está quase inteiramente ligada à concepção metafísica de substância (ou essência, ou forma, oueidos) (REALE, p. 165).

10. Silogismo: 1º) raciocínio: passamos a raciocina quando proposições têm determinados nexos entre si e que sejam, de certo modo, causas umas das outras, umas antecedentes, outras consequentes. Não há reflexão sem nexo, sem esse caráter de consequência; 2º) o silogismo se constrói com três proposições: dois antecedentes (ou duas premissas) e a terceira proposição é o consequente ou conclusão que deriva das duas premissas.

b. A estrutura do silogismo.

a) Silogismo 1
1ª premissa: A liberdade do ser humano é fazer o que ele quer.
2ª premissa: Judas quis trair Jesus.
3º conclusão: Logo, Judas é um ser humano livre.

b) Silogismo 2
1ª premissa (maior): Todos os animais (termo médio) são mortais.
2ª premissa (menor): Todos os homens são animais (termo médio).
3ª premissa (conclusão): Logo, todos os homens são mortais.

OBS. 1ª) “Animais” desempenha a função de “termo médio” do silogismo e, por isso, ele é a “substância” ou alusão à “substância”. Por causa disso, existe a conclusão. Nesse caso, o silogismo é uma dedução necessária, ou silogismo demonstrativo, ou silogismo científico, ou silogismo do universal;

OBS. 2ª) 
A lógica aristotélica (lógica clássica ou formal) é, fundamentalmente, um processo discursivo que tende a determinar o porquê ou a causa;

OBS. 3ª) 
O lógica do silogismo demonstrativo deve fazer uso de axiomas, ou seja, proposições verdadeiras.

OBS: trabalho escrito sobre esta parte (abaixo) do filme "Duns Scotus":

1) assista a esta parte do filme;
2) por meio do silogismo clássico, j
ustifique por escrito a causa de João Dus Scotus ter ganhado essa disputa argumentativa;
3) grupo formado por 5 alunos; e

4) apresentar este trabalho após uma semana da aula do Tópico 2.  
  




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